quinta-feira, 7 de agosto de 2008

Dedo no nariz.

Pronto, eu fiz! Enfiei o dedo no nariz, na frente de todo mundo, com garra, com força, com determinação e com muita vontade! Foi ótimo, todos olharam. Uma sensação ímpar. Melhor coisa não deverá haver; uma liberdade incondicional, uma quebra no livro das regras de boa conduta. Fugi da etiqueta e atormentarei o sono das dondocas bacanas da Aldeota por várias semanas. Por segundo estive no céu, sentindo-me acima de todos.
Todos olharam mesmo. Em segundos eu me tornei um animal selvagem e perigoso, solto, na cidade-grande. Olhares me perseguiam: alguns repreendendo, outros surpresos, finjindo um falso nojo. Gostei de ver algumas poucas caras felizes com a situação, me dando o apoio. Essas caras, esses olhares, não me abalavam. Estava limpando meu nariz, ali, na frente de todo mundo, completamente certo de que era a coisa mais natural do mundo.
De todos as manerias, tentei classificar as pessoas. Executando a limpeza do nariz você consegue um novo método de classificar pessoas.
Há os que limpam o nariz e nunca assumem. O pior tipo, definitivamente. Enfiam o dedo com muito gosto e quando vêem alguém fazer o mesmo franzem suas testas e finjem nojo. Julgam, como se fossem um juiz da verdade, certos de que sua opinião é a mais correta. Eles fazem, não tocam no assunto e ainda mascaram as estatisticas. Quantas pessoas que você conhece limpam o nariz na rua?
Também há os que fazem, mas são discretos. Normalmente limpam o nariz quando não há alguém por perto. São culpados de serem humanos, é natural arrotar, cuspir e limpaz nariz. Mas eles sentem uma vergonha. Acho-os patéticos... quantas vezes os peguei com a mão na massa, se deleitando com a sensasão agradável de limpar o nariz. Nossa, divirto-me quando acabo denunciando a minha presença com um riso maléfico qualquer. É sempre a mesma coisa: abrem os olhos, limpam os dedos sujos na roupa e se desculpam.
Há os que fazem em qualquer lugar, sem medo de serem pegos e orgulhosos do ato. Normalmente somos felizes e, por isso, temos o total direito de, além de limpar o nariz, depositar a bolinha de meleca em uma parede qualquer da cidade; não só paredes, mas também assentos de ônibus, telefone público ou qualquer outra coisa pública.
Estive andando pela rua, feliz, limpando meu nariz, sem medo dos olhares. Depositei minha melequinha na parede branca, e quando estava perto de pegar o ônibus, vi uma melequinha. Comemorei.
Era alguém feliz.

5 comentários:

Bell Bastos disse...

o.o
Meu Deus...

Bom, mas olhe, com esse post (e o anterior que eu simplesmente adorei e espero outros do gênero), você me provou que realmente merece ter o seu blog na minha lista, cara, quando uma blogueira que até está na minha lista falou sobre coisas doidas a se fazer nos elevadores, uma história maluca sobre os três porquinhos e até sobre espirros (nada de melecas, somente espirros), eu pensei que nada e nem ninguém conseguiria fazer algum post mais diferente e tcharááámmmm, o seu conseguiu! Meus verdadeiros parabéns, fiqeui até orgulhosa agora. iudfhgiuedhgaui

Na verdade, eu num coloquei o seu blog antes na minha lista porque tinha jurado que ele já estava lá. fyugidfshgu (foi a mesma coisa com o blog do Leonardo - Plunct Plact Zum!)

Heyner Mercado disse...

Break the rules, make a change.

ótimo post, ótimos pensamentos. Instinto reacionário de sobra. Rebeldia comedida, polidez nas entrelinhas. Adoro muito tudo isso xD

Rilke disse...

Eu sou discreto.

Bell Bastos disse...

Antes de tudo, muito obrigada pelos elogios! :D

Enfim, você vai ganhar o prêm io de comentário mais rápido qu eue já recebi em uma postagem... Eu nem tinha terminado tudo... Agora sim está com a foto e algumas pequenas mudanças (título e primeiro parágrafo). E nossa, mas o Galvão realmente me irritou ao máximo durante essa abertura... fgjxdoigjdio

Dando um tiro na boca do Galvão às 13:43

'Suzane~ disse...

eca!Beim legal!!! =]