Um belo crepusculo, inevitavel. Sentado em uma pequena mesa dedonda, na minha frente, estava ele, homem sem nome, sem destino, sem dono. Atravessando a janeça o laranja do sol ia contra a sua cara perfilada, absolutamente majestoso. Em uma mão, o livro, na outra uma xicara, e no centro de tudo, uma charmosa rosa branca.
Relaxei os cotovelos sobre a minha mesa e fiquei olhando. Ao passo de algum tempo, ele virou os olhos e me flagrou; era o começo da sua total desconcentração. Com trabalho tentou voltar ao livro, mas já estava vencido. Relaxou os braços e largou o livro; me olhava agora, segurando sua xicara charmosa entre as duas mãos.
Duas mesas, uma em frente a outra, duas pessoas, uma olhando a outra, e no centro de tudo, duas rosas. O garçon passou e eu disse algo no seu ouvido; mas uma de minhas cantadas baratas. Timido, o homem foi em direção a ele, totalmente corado. Disse por mim, ainda muito timido, o que eu lhe segredava. Ele riu, e segredou outra coisa ao homem. Uma coisa que nunca cheguei a saber o que foi, levantei enquanto o garçom ainda caminhava a mim. Dei um tapinha no seu ombro e dispensei seus serviços com um sorriso elegante.
- Posso?
-Claro.
-É café?
-Chá.
-Não gosto de chá.
-Camomila, toda noite.
Bebeu um pouco mais, e mais um pouco, e o final. Então, sorriu. Os nossos cotovelos na mesa, eu olhava, eu me apaixonava sem amor, apenas por diversão. Ele aproximou, chegou bem perto e olhou. Fiz o mesmo. A dama, o vagabundo e a rosa entre os dois. Então, seus labios nos aproxima va, até que, subitamente, um beijo. Apenas um, e fim do sonho.
Madrugada, acordei com gosto de Camomila na boca.
quinta-feira, 7 de maio de 2009
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3 comentários:
HEHE fikei na duvida se era um homem e uma mulher...
Acho melhor deixar assim!
Adoro cha de camomila
JOhn JOhn
"Bebeu um pouco mais, e mais um pouco, e o final. Então, sorriu. Os nossos cotovelos na mesa, eu olhava, eu me apaixonava sem amor, apenas por diversão."
a little bit anaïs nin.
acho que tu vai gostar, ficadica.
;)
texto mágico, primo!
beijo
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