segunda-feira, 15 de outubro de 2012
Aquele tal de ursinho amarelo.
Hoje eu olhei pra uma parede amarela cheia de bolinhas. Tinha uma porta preta no meio e um relogio branco ao lado direito. A porta não trancava. Uma cadeira cheia de roupas amassadas funcionava como tranca, cadeado. Não que eu precisasse; ninguém, veja bem, ninguém, entra no meu quarto sem bater. Não é uma regra. É uma cuidado que os outros precisam ter comigo. Dae eu pisquei e a parede era azul clara desbotada. A porta quebrada era de outra cor, não havia relógio e o objeto que impediam os outros de entrar dentro de mim era um pesado movel de madeira cheio de lembranças do passado e baratas. E tudo voltou a ser... amarelo; com bolinhas. Virei minha cabeça pra esquerda e a luz da televisão me despertou do sonho. Tão lindo =) Só faltava a cortina pra cobrir lindamente a janela que, na parede branca, se manifestava sempre fechada. Mais ao lado, o computador, em sua mesa, com seus equipamentos e aquela luminária vermelha antiga. Olho para a direita e vejo a instante, cheia de livros. Cheia de dvds, de revistas, de cds, de apostilas e pelucias e caixas com mais caixas dentro. Dentro de uma delas há um pequeno bicho de pelucia enjaulado ferozmente; ainda assim, confio que ele sorri como antigamente um dia sorriu no calor do dia, no frio do vento da tarde nada casual que acontecia naquele quarto de paredes brancas. Haviam roupas intimas, listas, juras de amor, a Julieta e o Romeu. Havia fotos! Havia aquele pedaço de mim que outrora povoava as paredes brancas mas que hj permanecer em uma bela caixa de esfiha.
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