segunda-feira, 16 de julho de 2012
Segunda-feira, 07:30.
Eu gosto de manter a meia luz como ela é; gosto de saber parcialmente o que está acontecendo e ainda ter espaço para negar o que é visto, por apenas achar que é um jogo confuso da minha cabeça. Gosto de me sentir triste pela manhã, logo epois de acordar e procrastinar na cama, me atrasando voluntariamente. Bebo meu café antes de tomar banho; gosto do sabor quente queimando a língua enquanto a brisa fria da manhã recém nascida queima minha cara me chamando de mentiroso, metido e cinico. Preciso, diariamente, ouvir algumas musicas para conseguir sobreviver às essas semi-verdades. Preciso me aconselhar a ser um pouco menos eu, então, alguém será um pouco mais capaz de me tolerar.
Hoje, eu acordei, precisando sentir muita raiva. Estou, inclusive, disposto a fingir que alguém fez realmente algo suficientemente forte para me magoar. Preciso que essa dor de “ofender-se” com algo governe minha manhã. Hei de inventar essa mentira simples, de ultima hora, despretensiosa e clichê; então, a contarei a alguns amigos e ouvirei seus conselhos pertinentes para testá-los mais uma vez. Estarei completamente sóbrio e verei até quando eles me resgatarão. Preciso chegar ao final da manhã sabendo que a grande mentira que havia contado, na verdade, era algo apenas que eu não conseguia admitir até ouvir da boca de alguém duas palavras de conforto. Preciso desse conforto que só posso exigir de alguém que me ama. Antes preciso ser amado - essa será, talvez, a grande mentira baseada em uma verdade que um dia ousaram me dizer. Essa, será também, a grande mentira que contarei hoje.
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