sábado, 25 de julho de 2009

Fechar os olhos.

Eu guardava minhas mãos embaixo da mesa, e fazia gestos escondidos. Gestos desprovidos de qualquer significado lógico, que de certa forma me salvavam de exprimir palavras. Ludibriado, senti o mundo ficar lento a cada segundo; nessa hora eu ria em segredo – mas ninguém nada via. Logo, eu abaixava a cabeça e via meus proprios gestos se modificando.
Ao levantar a cabeça, nada era lento; tudo fazia algum sentido que eu ainda não entendia. Havia perdido alguns segundos importantes que faziam as pessoas rir antes do silêncio constragedor de quem senta a mesa para beber com desconhecidos.
Alguém coloca as mãos sobre a calça e lança um olhar de desejo para o copo de cerveja; tudo se resume aquilo. Todos bebem; acabou. Lenvanto-me, sentindo o velho torpor me ludibriar novamente. Ou será a tontura?
Fui seguindo algo, enquanto algo me seguia. Não eram os olhares desconfiados de quem estava sentado; era algo que não sei como definir, mas que exisitia e me intrigava porque era muito óbvio.
Dei voltas e mais voltas; aquilo não me afetava em nada, e eu podia enlouquecer, ainda que lúcido. Todos, sem exceção, procuravam aquilo, e timidamente, olharam para o novo bêbado dançando no breu da noite.
Fechei os olhos e fui; até agora não cheguei.

Um comentário:

Ana ® disse...

Muito bons seus textos, colega blogueiro!
=)