Ele se dançarolava sorrindo e era tão confortável vê-lo expressar seus problemas através dos movimentos honestos dos seus braços se articulando com mil sorrisos regados aquele liquido gostoso que ele bebericava. Era importante para ele e ninguém sabia por que. A curiosidade me fez querer conhecê-lo.
- QUEM É VOCÊ?
- ÍCARO, PRAZER.
- OI ICARO, TUDO BEM?
- ADORO ESSA MUSICA, VEM.
E me agarrou e imediatamente a música mudou. Era lenta – ele desacelerava seus movimentos sem perder a seu ritmo. Não me incomodei em remover as suas mãos. Estava suando lentamente. Eu achava aquilo bonito; quis afasta-lo no começo mas me acostumei a temperatura do seu corpo.
Uma daquelas poucas vezes que alguma luz bate na sua cara e você entende que alguém é especial. Esse tal de Ícaro aí era super especial e eu queria muito abraça-lo.
O fiz.
Ele me agarrou e me levou pra dentro dele enquanto tocava aquela musica. Nós fomos pra lá, pra cá e o barulho sumiu. Me deixei ser conduzido a sua imprevisibilidade. E ele foi me levando para algum lugar mais escuro sem sequer mover nossos pés.
Enquanto a música tocava, nos nós beijamos.
Aquele beijo que eu tanto sonhara -- ao qual havia me referido em outras conversas do passado. Foi lento e foi sincronizado; aquele único beijo que começa com surpresa e passa pela felicidade e contentamento que a gente sempre procura. A música cobria tudo aquilo que na minha cabeça acontecera. Acabara com uma ultima nota e uma troca de olhares.
Ele se foi; voltou a dançar e me deixou infectado, paralisados, olhando pra todos os lados dentro de mim.
quarta-feira, 1 de maio de 2013
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