Seus olhos alcançavam o pedaço abandonado de pizza em um copo sujo de coca cola em cima da mesa do computador. A barriga cheia olhava para aquilo e se arrependia. No começo da noite havia ligado para uma atendente burra pedindo uma pizza grande de um jeito; quando ela revelou o preço ele ainda se surpreendeu, não esperando ser tanto assim, e disse pra mandar do mesmo jeito. Quando a pizza chegou e ele abriu aquela caixa quente, constatou: pedido errado. Mesmo assim comeu, estava com fome. Agora olhava praqueles restos, pensando se realmente valera a pena. Lembrava-se de vários momentos do seu futuro desejado e de lugares que sempre quisera conhecer. Ele celebrava com seu curto salário uma promessa de que algo melhoraria. De verdade? Jamais saberia dizer, pois morreria naquela noite, sozinho, mentiroso e empanturrado.
Aparentemente, comera a pizza que era destinada ao marido de uma mulher traída: quinta feira a noite decidira chegar silenciosamente em seu apartamento, julgando-se sua dona, pronta para observar as luzes da hora do trânsito caótico abafados pela janela do seu apartamento no andar 23 enquanto ouvia uma música ambiente calma e fina, bebendo uma taça de champagne. O marido no quarto apenas ouvia um murmurinho enquanto sua mulher escutava gemidos e os procurava desconfiadamente. Era Gabrielly a empregada, que era safada mesmo.
Uma batida na Avenida atrasava um jovem estudante pobre e sem dinheiro para o seu encontro romântico. Ele havia conhecido alguém especial em uma pagina de relacionamentos online semana passada. Conversaram sobre vários tópicos interessantes; ambos tiveram oportunidades de confessar segredos selecionados por mensagens de texto. Decidiram se conhecer e levar tudo numa boa. Ela procurava se vingar do ex enquanto ele tentava mais uma vez o amor. Por uma semana foram felizes fingindo ser um casal que daria certo. Um mês depois, quando ela estava completamente apaixonada, ele olhou em seus olhos e disse que havia teclado com outra menina e que não era justo com ninguém continuar prolongando o fim.
Os amigos de faculdade a consolavam. Havia esse rapaz insuportável que sempre chegava um pouco mais cedo; o querido dos professores. Eu não o conhecia pessoalmente, mas já sabia bastante sobre ele: ele é irritavelmente aplicado e se dedica aos seus estudos. Às vezes, quando olho pra ele, sinto raiva e depois inveja. Em seguida penso que nunca serei assim, em partes porque não quero. Por isso, ela se sentia sinto burra e acomodada. No final descobriria que não estaria na faculdade certa, como antes, e trancaria o curso para poder trocar de área novamente.
Ele se sente que apenas se apaixonaria por uma pessoa que soubesse dados sobre as coisas para ele ou que por acaso cantasse suas musicas favoritas. Gostaria de conhecer um homem que o desafiasse intelectualmente, uma vez que todos sabem que ele é um gênio, Fazia questão de deixar isso claro: aplicava todo o dinheiro de sua bolsa de pesquisa em livros e cursos. Era até bonito, uma vez que o conhecesse fora da academia. Não encontraria tal pessoa; apenas outros mais bonitos em festinhas ou baladas. Seu coração seria quebrado ao meio definitivamente quando ele se apaixonasse por um rapaz extremamente lindo que estava viajando para Irlanda em Julho, no mês do seu aniversário.
Ele havia inventado uma desculpa idiota pra evitar uma tragédia. Na verdade, ele era professor de História de uma escola pública e estava cansado de relacionamentos. Dessa vez o rapaz havia perturbado tanto que ele precisou mentir descaradamente Sempre tivera uma paixão inesquecível pela Irlanda. Imaginava-se vivendo vários anos felizes naquele lugar frio, bebendo cerveja e se aquecendo perto de uma lareira. Era uma vida feliz que sonhava ter.. Iria para a Irlanda, claro, mas não agora. Na verdade, passaria a sexta feira em seu apartamento pedira uma pizza, falaria com uma atendente burra e morreria, ainda sem saber se as suas promessas de algo melhor seriam cumpridas ou não.
sexta-feira, 16 de março de 2012
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