sábado, 28 de janeiro de 2012
Comemorando 3 anos sem vinho
Estou na segunda taça de vinho. Uma taça real, que custou exatamente seu valor. Foi comprada em um final de tarde em um mercado qualquer. Foi comprada exatamente para esse momento em que o gosto do vinho se perpetuava nos pontos da língua. Eu como sempre, pensando de mais sobre o significado do beijo e do vinho. Bebo só e estou refletindo sobre os outros significados e projeções. Confesso que estou orgulhoso por algo que eu nem mesmo reconheço; escondo de todos, mas embora não tenha admitido ainda, sinto uma grande falta de uma outra pessoa em mim. Há quem diga que é preciso ser feliz sozinho – eu inclusive. Não sei se acredito nisso ainda. Sei apenas que sou feliz porque faço o que quero sempre que quero e não me limito a ser coadjuvante na minha vida. Sinto falta do mocinho sem nem mesmo conhecê-lo, sem ao menos saber se um dia ele vai existir. Um brinde a ele, esse rapaz incrivel que vai me enfeitiçar e me enlouquecer. De antemão lhe digo que estou com raiva por você não ter feito tanto esforço pra me encontrar... eu lhe procurei, ok? Eu fiz as coisas mais estupidas pensando que eu pudesse lhe encontrar nos lugares mais inusitados, nas atitudes mais mesquinhas, perto de conhecidos tão desconhecidos. Eu tentei, demais, entrar em contato contigo; lhe procurei em cada outro rapaz que me entristeceu. Nunca julgue o meu amor, nunca me ponha em cheque e nunca ache que eu não lhe quis: estou lhe dando provas de amor antes mesmo de lhe conhecer; a maior delas foi a segunda taça, que jaz vazia, esperando você.
sexta-feira, 13 de janeiro de 2012
Coxinhas e Private Practice
É que no momento eu tenho tantas coisas para contar e nenhuma pessoa sequer pra ouvir. Então, o meu dia começou acumulado dessas pequenas coisas e enquanto eu tomava meu banho eu compreendi que ainda não havia tirado a barba esse ano; confesso que o pensamento me revelou uma surpresa positiva, pois afinal de contas, significa uma vitória. O mais estranho não foi exatamente o fato em sim, mas como ele chegou a minha cabeça. Ao sentir a água caindo sobre minha cabeça e levando consigo o mal de ontem, eu senti o peso da água acumulando na minha face; foi quando notei que havia muito cabelo. Inevitavelmente, acenei para mim mesmo, como um cavalheiro faria, e disse: pois bem, eu sou um homem vaidoso, tenho o hábito de lavar minha barba com orgulho... não há, pois, nada mais que me impeça de sustentar esse homem. Então eu lembrei que, por acaso, eu tenho me visto no espelho e notado o peso que a barba dá a minha aparência.
Mas não foi tão somente isso que se acumulou às outras coisas que jamais alguém vai ouvir de mim: sou gordinho. O problema é esse sufixo “inho” que dá uma beleza irreal as coisas. Isso incomoda, pois ontem mesmo eu estava avaliando as fotos de uma dessas pessoas que aparecem na internet; você os vê sem falhas corporais e pensa que a vida seria mais fácil caso fossemos sem falhas. Não seria, tenho certeza. A vida não mudaria por causa de um corpo bonito. Honestamente, mudaria muita coisa, mas a dúvida ainda seria a mesma, apenas vista do outro lado: será que alguém me amaria se eu não tivesse tão belo corpo como esse? Logo, logo, voltaríamos a pensar no esforço e nas milhares de coisas gostosas que não comemos para ostentar esse visual.
Ainda senti uma vontade de comer uma coxinha suculenta e de não me sentir arrependido. Foi tão somente quando eu percebi que eu já era um outro tipo de homem – aquele, independente e solitário, que acredita em coisas tolas. Caralho, como eu sou careta. Foi ontem mesmo quando eu pensei nisso; e é verdade! As pessoas, me incluo nesse grupo, são idiotas ao ponto de acreditar nas coisas que elas querem. Isso me irrita ao ponto de eu desacreditar em mim e me sentir falho, novamente, por outro ângulo. Lembro das pessoas, e de outras pessoas, e de mais algumas, sendo completos idiotas, dando ordens e exigindo coisas sem sequer a minha permissão para tal. É algo pensável, penso eu.
Por fim eu me senti incluído em um seriado. Sabe, os olhos pairam sobre aquela personagem e você acena novamente: é, essa daí é algo mais tipo eu. Por isso você começa a querer conhecê-la e imaginar-se na sua vida, sendo uma psiquiatra de cabelos encaracoladas, portadora de olhos verdes tonificados e com um homem que é tão gordo com você, apenas não usa a barba, completamente apaixonado por ela. Ai você se sente trabalhando naquele ambiente, com aquela mulher de cabelos ruivos que é uma pessoa relativamente nova na sua vida. Você pensa: nossa, que mulher! Difícil ver alguém tão mulher quanto ela. Ela vai a jogos de tênis e tem uma bolsa preta de couro aonde ela guarda seus segredos. Ela é linda e todos a olham com aquele olhar denunciando que ela é a principal. A parte mais interessante é que ela tem essa fantasia com o cara que todos diziam ser a pessoa errada. Todos sabem disso, inclusive eles, mas tem essa coisa inexplicável; ela é linda, como você jamais seria, e ele tem aquele corpo, que você queria ter, e jamais vai ter, por causa das coxinhas e dos arrependimentos. Eles vão acabar juntos; e você, provavelmente, dependendo dos humores, também terá seu par perfeito. Jamais será ruiva e feminina, ou terá o cara do corpo perfeito, que tanto você desejou.
Que venham as coxinhas, então;
Mas não foi tão somente isso que se acumulou às outras coisas que jamais alguém vai ouvir de mim: sou gordinho. O problema é esse sufixo “inho” que dá uma beleza irreal as coisas. Isso incomoda, pois ontem mesmo eu estava avaliando as fotos de uma dessas pessoas que aparecem na internet; você os vê sem falhas corporais e pensa que a vida seria mais fácil caso fossemos sem falhas. Não seria, tenho certeza. A vida não mudaria por causa de um corpo bonito. Honestamente, mudaria muita coisa, mas a dúvida ainda seria a mesma, apenas vista do outro lado: será que alguém me amaria se eu não tivesse tão belo corpo como esse? Logo, logo, voltaríamos a pensar no esforço e nas milhares de coisas gostosas que não comemos para ostentar esse visual.
Ainda senti uma vontade de comer uma coxinha suculenta e de não me sentir arrependido. Foi tão somente quando eu percebi que eu já era um outro tipo de homem – aquele, independente e solitário, que acredita em coisas tolas. Caralho, como eu sou careta. Foi ontem mesmo quando eu pensei nisso; e é verdade! As pessoas, me incluo nesse grupo, são idiotas ao ponto de acreditar nas coisas que elas querem. Isso me irrita ao ponto de eu desacreditar em mim e me sentir falho, novamente, por outro ângulo. Lembro das pessoas, e de outras pessoas, e de mais algumas, sendo completos idiotas, dando ordens e exigindo coisas sem sequer a minha permissão para tal. É algo pensável, penso eu.
Por fim eu me senti incluído em um seriado. Sabe, os olhos pairam sobre aquela personagem e você acena novamente: é, essa daí é algo mais tipo eu. Por isso você começa a querer conhecê-la e imaginar-se na sua vida, sendo uma psiquiatra de cabelos encaracoladas, portadora de olhos verdes tonificados e com um homem que é tão gordo com você, apenas não usa a barba, completamente apaixonado por ela. Ai você se sente trabalhando naquele ambiente, com aquela mulher de cabelos ruivos que é uma pessoa relativamente nova na sua vida. Você pensa: nossa, que mulher! Difícil ver alguém tão mulher quanto ela. Ela vai a jogos de tênis e tem uma bolsa preta de couro aonde ela guarda seus segredos. Ela é linda e todos a olham com aquele olhar denunciando que ela é a principal. A parte mais interessante é que ela tem essa fantasia com o cara que todos diziam ser a pessoa errada. Todos sabem disso, inclusive eles, mas tem essa coisa inexplicável; ela é linda, como você jamais seria, e ele tem aquele corpo, que você queria ter, e jamais vai ter, por causa das coxinhas e dos arrependimentos. Eles vão acabar juntos; e você, provavelmente, dependendo dos humores, também terá seu par perfeito. Jamais será ruiva e feminina, ou terá o cara do corpo perfeito, que tanto você desejou.
Que venham as coxinhas, então;
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